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segunda-feira, 4 de julho de 2011

Aedes aegypti e pernilongo: conheça as diferenças entre os dois mosquitos mais urbanos do mundo



Um é muito ágil, se reproduz em água limpa, pica durante o dia e é responsável por transmitir a dengue no Brasil. O outro prefere a madrugada, coloca seus ovos em água suja e rica em matéria orgânica em decomposição e com seu zumbido perturba o sono durante a noite. Diferentes no comportamento, o Aedes aegypti e o Culex quinquefaciatus, o pernilongo doméstico, têm em comum o fato de serem os mosquitos mais urbanos do mundo.
Em entrevista à Agência Fiocruz de Notícias, o pesquisador José Bento Pereira Lima, do Laboratório de Fisiologia e Controle de Artrópodes Vetores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), apresenta as diferenças entre as duas espécies e aponta as principais medidas para eliminar seus criadouros. Afinal, para combater a dengue é importante saber como é e como se comporta o seu transmissor.
Para começar do começo, os criadouros dos dois tipos de mosquito. Enquanto o Aedes aegypti deposita seus ovos preferencialmente em águas limpas – suas larvas não conseguem sobreviver em reservatórios poluídos, com dejetos e muita matéria orgânica – o Culex quinquefaciatus prefere colocar seus ovos em criadouros bastante poluídos, com muita matéria orgânica em decomposição.
“O Aedes aegypti coloca seus ovos em água limpa, não necessariamente potável, mas com pouco material em decomposição. Por isso, é importante reforçar que alguns cuidados básicos são fundamentais para o controle do vetor da dengue: tampar caixas e tonéis de água, desentupir ralos que possam acumular água, jogar fora pneus velhos, evitar deixar garrafas e recipientes que possam acumular água da chuva em área descoberta e virá-los de cabeça para baixo, eliminar pratinhos com água embaixo dos vasos de planta”, lembra José Bento.
Aedes aegypti coloca os ovos na parte úmida próxima à lâmina d’água e não diretamente na água, como faz o Culex quinquefaciatus. Os ovos do mosquito transmissor da dengue podem ficar até um ano no seco e ainda assim serem capazes de originar novos mosquitos e encontrarem condições propícias para eclodir. “Os ovos podem ser carregados para outras regiões pela ação humana e resistir até as chuvas do próximo verão, dificultando as ações de controle”, destaca o pesquisador.
Se o meio em que se reproduzem não é o mesmo, a proximidade com os domicílios sim. “Os dois possuem uma preferência por se alimentar de sangue humano e estão muito associados à presença do homem. No Brasil, quando nos afastamos de cidades e áreas urbanas, é difícil verificar a presença de qualquer um dos dois. Todo o seu ciclo de vida, o acasalamento e a postura dos ovos, se dá dentro ou próximo de domicílios”, explica o pesquisador.
Dentro das casas, é fácil diferenciá-los: quando adulto, o Culex tem uma coloração marrom e as pernas não possuem marcação clara, enquanto o Aedes aegypti é mais escuro e possui marcações brancas no corpo e nas pernas. Além disso, o Aedes aegypti costuma ser mais ativo durante o dia, em especial no início da manhã e no fim da tarde, alimentando-se de sangue, geralmente de partes baixas do corpo, como pés e canelas.
“É bom lembrar que isso não significa que ele não pique à noite. É um mosquito oportunista: se o morador deixar uma perna ou braço exposto próximo ao abrigo do Aedes aegypti, provavelmente será picado mesmo à noite. O Culex, por sua vez, é um mosquito estritamente noturno, que prefere se alimentar no horário em que as pessoas estão em repouso”, ressalta o pesquisador do IOC. Dentro de casa os dois convivem bem e costumam ser encontrados nos mesmos abrigos: debaixo de mesas, atrás de móveis e entre cortinas.

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